Etiquetas Personalizadas em Algodão

Amostras de Etiquetas de Tecido Personalizadas em Algodão

Amostras de Etiquetas de Tecido Personalizadas em Algodão

Há alguns meses, um cliente nos consultou sobre a possibilidade de fornecermos para o seu ateliê etiquetas personalizadas em algodão cru.

A ideia inicial parecia simples, as etiquetas personalizadas para roupas e outras aplicações nada mais seriam do que cortar um pano de algodão impresso nas medidas da etiqueta, mas logo surgiu um pequeno grande problema. Todos sabemos que o tecido de algodão sem acabamento rapidamente desfia e isso está bem aquém do que entendemos por produto de qualidade, mesmo para uma etiqueta.

Os requisitos

Com isso em mente, elaboramos os requisitos para esse produto para iniciarmos a pesquisa e o desenvolvimento de alguma técnica que atendesse a todos. Traçamos como meta:

  • Possibilidade de personalização virtualmente infinita, sem limitação de número de cores ou de formatos no desenho ou no texto que possam ser aplicados à arte. Isso exclui os bordados, mas as técnicas de impressão por sublimação ou impressão direta em tecido que já dominamos certamente atendem a esse requisito. Além disso, a resolução dessas técnicas é suficiente para a legibilidade de textos pequenos, que sempre estão presentes nas etiquetas.
  • Não desfiar as bordas do tecido, mesmo nos lados que não são costurados.
    Manter o toque original do algodão o mais inalterado possível, pois sabemos que o tato é um dos sentidos mais importantes para produtos de tecido.
  • Custo – sempre ele – competitivo e comparável com etiquetas de fios sintéticos.
  • Durabilidade. Ser resistente a muitas lavagens e ser o menos restrito possível quanto ao uso de sabão, amaciante, alvejante, água quente ou ferro elétrico.

Primeira opção – costurar as bordas

Costurar as bordas de cada etiqueta foi nossa primeira opção, mas o custo ficaria inviável e a etiqueta ficaria com as bordas grossas, o que é sempre desagradável, principalmente em peças do vestuário.

Segunda opção – impressão das etiquetas em tecido por sublimação

Nossa próxima tentativa foi efetuar uma impressão por sublimação sobre o algodão, tratando previamente o tecido com produtos que permitem a sublimação em tecidos 100% algodão. O resultado logo após a impressão ficou ótimo, com cores vibrantes, alto contraste e alta definição, mas os produtos disponíveis no mercado que permitem esta sublimação são ainda muito incipientes e, após a primeira lavagem, as impressões ficaram completamente borradas, e o fundo do tecido ficou acinzentado. Descartamos a técnica e, como outras tantas experiências, ela entrou na lista do que não deve ser feito.

Terceira opção – impressão das etiquetas em tecido com impressão direta

Fizemos então uma impressão direta no tecido de algodão, usando a técnica de DTG, que descreverei melhor em um post futuro, mas, resumidamente, não necessita de nenhum produto adicional além da própria tinta que é eco friendly e livre de substâncias perigosas. A impressão direta por si só mantém integralmente a textura original do algodão, pois não há nenhum filme, e a tinta penetra nas fibras do tecido.
Porém, nesta técnica permanece o problema de desfiamento das bordas após o corte, e tivemos de pesquisar então algum material que selasse as fibras do tecido, evitando que o fio do tecido solte.

Resolvendo o problema das bordas que desfiam

Decidimos pesquisar produtos que “grudam” a trama do fio, tais como os usados em patchwork, e começamos a realizar os testes. Não vamos citar os produtos nominalmente para não fazer propaganda gratuita, mas atribuímos aos produtos as letras A, B, C e D para medição e controle das experiências. Fizemos alguns experimentos iniciais até encontrar a concentração adequada desses produtos e, após isso, começamos a fazer os testes de resistência à lavagem.

No primeiro teste descobrimos que não conseguiríamos resistir ao alvejante, pois a cor magenta da tinta usada no tecido dilui-se no cloro, embora a resistência do tecido não tenha sido afetada. Bem, o mundo não é perfeito, e fomos adiante com os demais testes.
Geramos um lote de etiquetas de vários tamanhos para cada produto selante e costuramos as etiquetas em vários panos para manter as etiquetas unidas. Para mantermos a referência, um dos panos não foi lavado, mas outro foi lavado 1 vez, outro 2 vezes e assim por diante, para, ao final, compararmos o resultado em todos eles ao mesmo tempo. As lavagens feitas utilizaram sabão, água quente, amaciante e, depois de secos, os panos foram passados a ferro com temperatura alta, para algodão.

O Resultado – etiquetas personalizadas em tecido aprovadas!

O resultado vocês podem visualizar nas fotos abaixo. Apesar de todos os selantes terem resistido bem aos ciclos de lavagem, escolhemos o produto A, que, apesar de ser o mais caro, não cria nenhuma película no tecido, mantendo a maciez original do pano, além de não afetar demais o custo. A resistência do tecido ao ferro elétrico e à torção sem desfiar também foi satisfatória com esse produto, como pode ser visto no vídeo. Somente após muito esforço houve alguns fios soltos.

Testes de Lavagem em Etiquetas de Tecido Personalizadas em Algodão

Testes de Lavagem em Etiquetas de Tecido Personalizadas em Algodão (alguns fios soltos)

Com isso, atingimos todos os objetivos que pretendíamos e estamos colocando à disposição dos nossos clientes nossa etiquetas personalizadas em algodão 100%.

A única restrição de uso é a lavagem com alvejante à base de cloro. Neste caso, a impressão colorida da etiqueta tenderá a um azul/verde. Se a etiqueta for somente preta e branca, não é afetada.

Para os curiosos, abaixo está o gráfico da intensidade das cores medido com espectrofotômetro após cada lavagem. Na prática, isso indica o quanto a etiqueta desbota após sucessivos ciclos de lavagem.

Gráfico do desbotamento da Etiqueta Personalizada em Algodão

Desbotamento da Etiqueta Personalizada em Algodão (em %)

Fibra Siliconada – Nosso Produto

Nossa Fibra Siliconada

Nossa Fibra Siliconada

Uma necessidade comum para quem trabalha com tecidos é o material para enchimento. O material que vem ganhando a preferência atualmente por seus atributos é a fibra sintética, ou fibra siliconada, como é mais conhecida.

Recentemente, em um trabalho envolvendo algumas centenas de bonecos de pano com o nosso parceiro CRiações em Família, tivemos que buscar uma fibra de alta qualidade, que tivesse um bom rendimento, desse uma boa textura aos bonecos (que precisariam ser pintados com caneta para tecido) e que fosse fácil de ser trabalhada, já que o enchimento seria feito de forma manual.

Começadas as buscas no comércio de Porto Alegre, logo vimos a pouca informação que os vendedores possuem acerca das fibras que vendem. A qualidade ou tipo de fibra é muito variável de fornecedor para fornecedor e varia até mesmo no mesmo fornecedor, dependendo da data da compra. O pior foi verificarmos que esta falta de conhecimento do produto estende-se também ao atacado e a seus representantes.

Resolvemos então pesquisar melhor as características das diversas fibras do mercado para especificarmos exatamente aquilo que queríamos e conhecer melhor como funciona o mercado de fibras siliconadas no Brasil. Assim, gostaríamos de registrar e compartilhar com os leitores deste blog as informações que aprendemos.

O Mercado Brasileiro de Fibras Siliconadas

Existem no mercado brasileiro e internacional fibras com diferentes preços e características para diversas aplicações. As fibras siliconadas no Brasil são importadas quase que exclusivamente da China, por importadores independentes ou distribuidores, em contêineres contendo fardos fechados. Esses fardos, de cerca de 250 a 300 kg, são compactados com prensa hidráulica na fábrica para o transporte e têm cerca de 1 metro cúbico de volume. Nesse estado, a fibra é conhecida como “fibra fechada” e não pode ser utilizada diretamente nas aplicações que conhecemos.

Para “abrir” a fibra é necessário alimentar a fibra compactada em uma máquina de abrir fibras que efetua o processo de cardagem e expansão da fibra retirada desses fardos. É essa fibra, chamada de “fibra aberta” ou “fibra expandida”, que encontramos no varejo, embalada em sacos plásticos de diversos tamanhos. Grandes indústrias de almofadas, estofados e brinquedos de pelúcia já possuem acoplados a essa máquina bicos de enchimento que preenchem diretamente o produto final.

Algumas indústrias também enchem sacos plásticos com a fibra expandida, e é esse material que encontramos nas lojas de armarinhos e de material de artesanato.

Fibra Siliconada – Esta Desconhecida

As fibras vêm evoluindo ao longo do tempo, mas atualmente as fibras siliconadas se diferenciam pelas seguintes características:

  • Fibras ocas ou sólidas. Variando em custo, a fibra oca tem caráter antialérgico, com capacidade de circulação de ar no seu interior, permitindo que a fibra seja mais arejada e evitando a formação de ácaros e mau cheiro. É um requisito fundamental para produtos em que a higiene seja importante, como caminhas para cães e gatos ou brinquedos infantis que podem ser levados à boca.
  • Fibras siliconadas ou secas. Embora todas as fibras sintéticas sejam conhecidas como “siliconadas”, na verdade nem todas o são. A fibra siliconada se caracteriza por receber um banho de fluido de silicone com o objetivo de diminuir a viscosidade do enchimento. Com menor viscosidade, a fibra “flui” melhor quando pressionada e se distribui de maneira mais homogênea. A fibra com essa característica também tem um toque mais suave e acetinado, o que é bom para quem trabalha com enchimento manual, e, pela sua melhor fluidez, facilita o enchimento de figuras com pontas e cantos, o que é difícil de fazer com a fibra mais seca.
  • Fibras conjugadas ou lisas. As fibras conjugadas apresentam uma estrutura em espiral quando vistas com lente de aumento ou microscópio. A forma espiral das fibras provoca uma efeito de mola, que aumenta a sua resiliência, isto é, a capacidade da fibra de retornar ao seu volume original depois de pressionada. As fibras conjugadas são indicadas quando queremos um produto que resista mais tempo à compressão permanente, ao contrário daquela almofada que “murcha” depois de pouco tempo de uso.
    Abaixo um vídeo demonstrando a expansão rápida da fibra conjugada, mesmo depois de comprimida dentro da embalagem de transporte:
  • Material da Fibra. As fibras sintéticas de enchimento são (ou deveriam ser) compostas 100% de poliéster. Pelo fato de o poliéster ser um material reciclável, os enchimentos podem ser fabricados com fibra nova (virgem), totalmente reciclada ou uma mistura de fibras novas e recicladas (semi-virgem). O material reciclado exige um processamento complexo para evitar impurezas e contaminações com outros materiais e perder as suas características originais. Devido a essa dificuldade, é normal a fibra reciclada apresentar características físicas diferenciadas da fibra virgem, e, por este motivo, as fibras recicladas e semi-virgens têm um preço menor.
  • Tamanho e peso da fibra. As fibras de poliéster do mercado normalmente são cortadas em tamanhos de 32mm ou 64mm. Além disso, a sua densidade é definida pelo peso de 9000 metros contínuos da fibra. Então uma fibra 7 x 32, por exemplo, é cortada em fibras com o comprimento de 32mm, e um fio contínuo de 9000m desta fibra pesa 7g.

Fibra Siliconada – A Nossa Escolha

Com base no fato de que precisávamos, para nosso trabalho, de fibras virgens, siliconadas, ocas e conjugadas 7×64, a única opção confiável que encontramos foi adquirindo diretamente da fábrica. O problema de adquirir a fibra na fábrica, como todos sabemos, são os volumes e valores mínimos de compra que, para o pequeno artesão, são grandes demais. Mas,  resolvemos adquiri-la mesmo assim, e agora estamos revendendo este produto com especificação e qualidade conhecida aos nossos clientes.

Tinta No Pano

A tinta "no" pano

A tinta “no” pano – nosso Logo

A “Tinta” e o “Pano” até que são fáceis, o difícil é o “No” funcionar como deve.

Podemos comprar e presentear alguém com meio metro de algodão cru, 5 ml de tinta, 2 metros de linha branca e 97 gramas de fibra siliconada, mas qual a graça nisso? Se aplicarmos a este material o tempo e a receita correta, podemos chamar isto por exemplo de boneco de pano. Aí a coisa é bem diferente.

Tinta e tecido corretos são apenas dois elementos que separados são de pouca utilidade. É somente depois que a tinta fixa-se no pano corretamente que a mágica acontece.

Camisetas, almofadas, brinquedos, decorações, lembrancinhas, brindes, etiquetas, são apenas algumas das utilidades que se consegue com base apenas nestes dois elementos, um bocadinho de ciência e mais algum corte e costura.

E o que buscamos em um produto com tecido impresso, seja ele qual for?
Mesmo havendo um peso diferente em cada um, dependendo do caso, podemos listar:

  • Beleza do desenho e do produto, ou design, para os íntimos.
  • Toque suave, lembrando o aconchego de um abraço e o toque da pele.
  • Utilidade, esta bastante subjetiva. Às vezes, um sorriso no rosto de alguém já é útil o suficiente.
  • Preço. Baixo. Quanto mais baixo, melhor.
  • Durabilidade. Espera-se que dure bastante, mesmo usando, sujando, lavando, usando, sujando, … você entendeu, né?
  • Acrescente-se a isto conceitos mais recentes como sustentabilidade, não agressão ambiental e fuga do padrão de vida artificial que temos.

É com o objetivo de atender a todos estes objetivos no maior grau possível que resolvemos criar a Tinta No Pano. É a isso que viemos.